O dia em que visitei minha escola do Fundamental I

18:50



É curioso quando notamos que o tempo passou. Até cinco anos atrás eu estava naquela escola, com 17 colegas de classe, vários brinquedos no fundo da sala e provas com desenhos para colorir.

Tudo começou quando eu e minhas duas amigas saímos da livraria após comprar nosso presente para o aniversário de quinze anos de nossa amiga dessa mesma época de Fundamental I. Estávamos lembrando animadas em como sonhávamos com nossas festas de 15 anos, que seria chiquérrimo, que viajaríamos para a Disney e seríamos gatas deliciosas com um namorado perfeito.
Dá pra imaginar que nada disso aconteceu, certo?

A nossa escolinha, como gostamos de nos referir, não é muito longe da livraria. Tive então a ideia de visitarmos lá, afinal, desde quando nos formamos fazíamos esse plano.

A emoção começou quando tocamos na campainha.

Da janela vimos uma das professoras da nossa época. Ela abriu a porta com um sorriso imenso, e era como se eu tivesse sete anos de novo.

"Meninas, o que fazem aqui? Meu Deus, vocês continuam amigas! Como estão grandes! Por favor, entrem! Querem ver a tia Renata? Ela está no terceiro andar, podem entrar!"

Não hesitamos em entrar.

E então veio tudo. Todas as memórias, todos os bons momentos, toda a saudade. Eu estava lá subindo aquela escada em que costumava subir todos os dias como eu e minhas melhores amigas fazíamos até cinco anos atrás. E o cheiro era o mesmo, oh Deus, o cheiro resumia tudo.

Era aconchegante.

A cada sala que passávamos e víamos uma professora da época elas tomavam um susto. A cada escadaria que subíamos mais nosso coração apertava.

Não é brincadeira quando digo que minhas melhores memórias, a melhor fase da minha vida foi ali, naquela escola onde todo mundo é muito próximo um do outro, onde tem cheiro de infância, onde todos que passam ali ficam eternizados na memória.

É uma escola pequena sabe? Nenhuma sala passava de 20 alunos. Lá todos se conhecem, todos fazem tudo juntos. Eu quando penso nessa minha fase da vida, penso em amor de família e inocência onde nossa criatividade e expressão artística é respeitada. Sinto falta disso.

Então vimos nossa professora. Ou melhor, nossa tia.

"Devo estar velha! Olha o tamanho de vocês!"

E demos muita sorte! O destino fez com que no momento em que chegamos era hora do recreio, e logo após aula de espanhol, então nossa tia teria esse tempo livre para nos mostrar a escola inteirinha de novo enquanto conversávamos. Sabe como foi bom relembrar momentos em cada sala que entrávamos? Que naquele banheiro a gente tentou convocar a loira do banheiro? Que naquela pia a gente - eca - vomitou? Ou que naquele salão a gente dormiu na pernoite, dançou Xuxa e comeu o famoso lanche especial?

E sabe o que mais? Nossa tia lembrava de muita coisa da nossa época também!

Se eu tivesse a oportunidade de voltar para um dia do passado, escolheria algum momento nessa escola. Ou se eu tivesse a oportunidade de viver eternamente um só dia, escolheria um dia normal nessa escola. É tão especial ter oito anos, quando seus sonhos ainda eram distantes, quando você queria ser escritora e reclamava das aulas de matemática que não eram nada comparadas ao do Ensino Médio. Quando chegava sexta-feira e levávamos nossos brinquedos.

Contamos para nossas amigas da época pelo grupo do WhatsApp - porque a gente é muito nostálgica e esse é de longe o grupo que mais falo - que tínhamos visitado a escolinha. Elas nos xingaram por não termos convidado elas, mas pode ter certeza que voltaremos antes de nos formarmos do Ensino Médio, hehe.

Na hora de irmos embora nossa tia disse que tínhamos feito o dia dela melhor com a visita.
Bem, tia, vou ser sincera: vir aqui fez minha vida toda melhor.

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