Nova fase - sobre recomeços e mudanças


Toda vez que nos vemos confrontados com mudanças um sentimento de medo bate em nossa porta, sussurrando: você não vai segurar essa marimba dessa vez, monamour.
Faz muito tempo que fiz um post aqui. E quando começo a ver os posts antigos vejo como mudei - pensamentos são diferentes, gostos, estética, visão e forma de encarar as coisas.

A playlist mudou. A lista de filmes da minha vida mudou. Meu cabelo mudou.
Só os sonhos não mudaram. Cresceram, de fato. E me vejo pela primeira vez com eles tão próximos a serem realizados (ou não) que me assusta.

Sábado é o Enem. Estou ainda no segundo ano do Ensino Médio, então será como um treino. Mas mesmo assim sinto a pressão e com ela muitas perguntas: e se eu falhar?
Eu não sei se saberia lidar com uma falha.
É algo que vem me corroendo desde o começo do ano, me adoecendo literalmente e me deixando incapaz de fazer a única coisa que poderia diminuir toda essa angústia: estudando, me dedicando, correndo atrás.
Não é fácil, é desumano.

Ainda mais quando o que virá após o colégio será ainda mais difícil.
Às vezes me questiono porque não fui para uma opção mais segura e certa. Porque tive que escolher - ou melhor, porque tive que nascer - tudo que se direciona às artes. É a única coisa me faz feliz. A única coisa que faz com que eu veja alguma razão para viver.

As opções seguras apenas fariam com que eu fizesse essa grande máquina que é a sociedade continuar funcionando. Eu não quero fazer isso continuar funcionando. Eu quero sacudir.
E talvez seja só um pensamento inocente de alguém com dezesseis anos.

Mas em resumo, 2017 eu quero produzir. Fazer arte. Quero pintar, desenhar, escrever, fotografar e deus, por favor, eu quero filmar.
Tudo que eu mais quero é poder filmar.
Espero nesse natal conseguir um microfone para equipar minha câmera e sair gravando. Uma forma de me preparar para a faculdade em 2018. Quero fazer filmes, e vou até gritar, EU QUERO FAZER FILMES!
Aquela de Óculos servirá como espaço para documentar todo meu processo criativo. Pela primeira vez não me escondendo tanto no anonimato como sempre fiz. Tenho tantos textos escondidos no Word. Tanta foto nunca publicada. Tantas ideias que só clamam para ver a luz.
É o fim de uma fase. E talvez os fins sejam uma fase por si só também.

Meu cantor brasileiro favorito: Cícero


Conheci Cícero com o filme Hoje Eu Quero Voltar Sozinho. Sua música Vagalumes Cegos toca numa sequência maravilhosa e extremamente poética do filme. Eu imediatamente quis saber que música era, já que foi numa época em que estava redescobrindo a música brasileira.
Durante quase um ano escutei Vagalumes Cegos, mas por algum motivo eu nunca tinha ido procurar ouvir as outras músicas dele. Mais ou menos nas férias de dezembro eu fui ouvir seu primeiro álbum, Canções de Apartamento, e acabou passando bem batido, menos Laiá Laiá.
Depois de madrugadas e mais madrugadas ouvindo Canções de Apartamento, eu comecei a realmente ouvir a música. Me prendi a detalhes, a musicalidade, aos instrumentos, a letra, a subjetividade e todo o ambiente criado pelo álbum.
E que obra prima!
É daqueles álbuns que tem que se ouvir com o coração. Não consigo enjoar. Cada escutada uma nova interpretação. Todas as músicas moram no meu coração de uma forma muito especial, a voz de Cícero já me acalenta em madrugadas de insônia.
Cícero também tem mais dois álbuns lançados, Sábado e A Praia. É tanta poesia que meu coração enche toda vez. Já disse que é meu cantor favorito brasileiro? Pois bem. Ele é.
Tem dias que me concentro na poesia. Tem dias que me concentro no instrumental que é extremamente sensível.
Ai <3

  • Minhas favoritas:

Vagalumes Cegos
João e o Pé de Feijão
Ensaio Sobre Ela
Açúcar ou Adoçante
Eu não tenho um barco, disse a árvore
Frevo por acaso
A Praia
De Passagem
O Bobo
Conversa de botas batidas (cover dos Los Hermanos, mas é incrível)








Pintei o cabelo pela primeira vez


Faz uns dois anos que tenho vontade de pintar o cabelo de alguma cor diferente. E há um mês e um dia eu finalmente pintei! Minha querida prima veio com essa surpresa, dizendo para eu ir até o salão arrumar o computador. Quando chego lá: supresaaaa, você vai pintar o cabelo!
Faz oito meses que cortei o cabelo pelos ombros, então estou viciando em mudanças radicais.
No começo eu fiquei apavorada. Meu cabelo até então nunca tinha recebido tintura, muito menos descoloração! Eu sou extremamente desleixada com beleza, então temia como meu cabelo ficaria futuramente. Mas pensei: qualquer coisa eu corto de novo, ué. Se tem uma coisa que eu perdi medo foi de tesoura.

O resultado? Eu adorei! É muito divertido ter cabelos coloridos, além de dar uma autenticidade em qualquer visual.
Nos primeiros dias eu fiquei bem assustada com a quantidade de tinta que sai do cabelo. A mão fica toda azul e as roupas também. Mas agora que não sai mais tinta, tudo está perfeito. Estou curtindo demais.


5 meses sem carne



2015 foi um ano de mudanças. Quando criei esse blog em 2014, vejo quantas coisas mudaram. E olha que nem faz tanto tempo, não é?

E uma das coisas que aconteceu e eu nem tinha planejado tanto assim foi parar de comer carne. Dia 28 de Outubro de 2015 eu subitamente decidi parar. Estava eu na escola, fui comprar um lanche e escolhi um croissant de queijo no lugar de uma esfirra de calabresa. Cheguei para meus amigos e disse: "Vou ficar uma semana sem carne para ver o que acontece."
E surpresa, já faz cinco meses.

No mesmo dia em que tomei a decisão fui pesquisar. Vi várias coisas que me animavam cada vez mais a continuar, e coisas bem tristes. Nunca pensei que existia ódio e preconceito contra pessoas que escolheram não comer carne.

Essa tinha sido minha segunda tentativa. A primeira foi em maio quando estava tentada a virar budista, (que ainda não aconteceu, mas quem sabe no futuro?) só que no mesmo dia tinha desistido porque o almoço estava muito cheiroso.

Não quero dizer que é fácil. Principalmente morando no interior onde opções alternativas são difíceis de se encontrar (só tem uma lanchonete com hambúrguer vegetariano, mimimi). Mas é gratificante pensar que nenhum animal está sendo morto para me alimentar.

Infelizmente não reduzi toda a dor, isso é verdade, já que ainda consumo leite e seus derivados e também ovo. A industria alimentícia em geral é muito cruel. Eu tenho dezesseis anos e moro com meus pais, não posso exigir que eles mudem toda a nossa alimentação. Além de ser caro, exige tempo e pesquisa.

Não, eu não quero que ninguém pare de comer carne. Principalmente num país emergente como o nosso, onde há muitas pessoas de baixa renda que necessita de carne para alimentar sua família. Eu entendo a situação de todos os lados. O que me faz não comer carne é o alívio que me dá, como isso me deixa melhor mentalmente, mais conectada ao mundo.

Lembro que antes de virar pescetariana (não sou vegetariana, já que ainda incluo peixes em minha dieta) eu brinquei com um bezerrinho e ele não era tão diferente da minha cachorrinha Summer. Então pensei: "Puts, eu vou te comer!". Fiquei bem chateada. Olhei nos olhos dele e... Ah :/

Não sou uma vegetariana perfeita, nem perto estou. De pouco em pouco a gente vai indo. Por sorte eu tenho uma amiga que também parou com a carne e nós compartilhamos dicas, receitas e motivação.
Quando posso pesquiso sobre determinadas marcas para ver se eles fazem testes e pesquisas em animais. Queria dizer que já sei várias coisinhas deliciosas com soja e tudo anda muito bem, obrigada.

Aos poucos a gente vai indo.