Então eu li... Quem É Você Alasca

18:08

Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao "Grande Talvez".








Como eu disse em um post anterior, iria me dedicar mais em resenhas (já que era uma das principais ideias quando criei o blog). Então fiz uma lista de livros que realmente estou a fim de resenhar, e Quem É Você Alasca foi minha escolha da vez.
Fico triste com o fato das pessoas julgarem quando lemos John Green porque virou, hm (odeio essa palavra) modinha. Sinceramente? Que modinha boa! Se for para as pessoas lerem, fazerem elas pensarem e se dedicarem em uma leitura, por favor, continue sendo modinha!
Aliás, sou uma grande fã do João Verde. Li A Culpa É Das Estrelas em fevereiro do ano passado, antes de virar esse sucesso que ele é. Foi amor à primeira vista, amei cada página, seu modo de escrever, os diálogos, os personagens. Quer a verdade? Foi uma das leituras mais satisfatórias que já tive.
Mas então vendo as pessoas com ignorância com esse livro me entristece. Quer uma dica? Leia sem se importar com os outros, leia por você.
Mas vamos à resenha, certo? Haha, desculpem-me pelo desabafo nerdfighter. Para mim, Quem É Você Alasca é o segundo melhor livro de John Green. Ele foi seu primeiro livro publicado, lá em 2006, e é brilhante! O personagem principal, Miles (aka Gordo) é viciado em últimas palavras. Como assim? Isso mesmo, ele decora últimas frases de pessoas importantes.
Miles tem dezesseis anos e estava cansado de sua vida chata com seus pais e uma escola chata. A saída? Foi para um colégio interno, o mesmo que seu pai frequentou na adolescência.
Na Cuver Creek (o colégio) ele conhece amizades novas, como o Coronel, é iniciado em uma vida social (coisa que ele nunca tivera antes), aprende a beber e fumar, e conhece o amor, por mais platônico que possa parecer.
E esse amor? Alasca.
Alasca é uma garota linda de olhos verdes, superfeminista, doidinha de pedra, inteligente e fora da linha. Perfeita para confusão.
Por falar em Alasca, ela é uma das personagens mais complexas e interessantes que já vi. Ela não é perfeita, não é certinha, não é uma dama indefesa. Ela é Alasca, suficiente por si só, manda nos moleques e é escutada quando fala. Ela tem seus grandes problemas pessoais e ela é de lua, mas isso a torna ainda mais fascinante. Por todo livro somos levados com sua dúvida: como saio desse labirinto? E o que é o labirinto?
Já Miles é um grande loser, mas que com o decorrer da história vai se encontrando. É bem inteligente também (uma característica de John Green: nerd), e está em busca de seu "Grande Talvez". Instigante hein?
E um dos personagens mais legais: Chip (aka Coronel). Um baixinho invocado, também inteligente, ótimo criador de trotes com Alasca, sarcástico e odeia ricos, ele é muito importante para a adaptação de Miles nessa nova vida.
Bom, tem outros personagens que eu amaria falar aqui, mas esses são suficientes para entender. O livro é de leitura rápida, os capítulos são divididos de um modo bem curioso que leva para um determinado momento que, oops, falar seria spoiler. Tem umas partes "pesadas", que pra galera que prefere algo limpo e light, não daria certo. Mas se você está preparado e procura personagens cativantes, corra ler!

Frases:
“Ela tinha namorado. Eu era um palerma. Ela era apaixonante. Eu era irremediavelmente sem graça. Ela era infinitamente fascinante. Então eu voltei para o meu quarto e desabei no beliche de baixo, pensando que, se as pessoas fossem chuva, eu seria garoa e ela, um furacão.”

“Você não pode me mudar e depois ir embora.”

"Chega uma hora em que é preciso arrancar o Band-Aid. Dói, mas pelo menos acaba de uma vez e ficamos aliviados."

“Eu queria ser seu último amor. Mas sabia que não era. Sabia e a odiava por isso. Eu a odiava por não se importar comigo. Eu a odiava por ter me deixado naquela noite. E odiava a mim mesmo por tê-la deixado ir embora, porque, se eu tivesse sido suficiente, ela não teria querido ir embora. Simplesmente teria se deitado comigo, conversado e chorado. E eu a teria ouvido e teria beijado as lágrimas que caíam dos seus olhos.”

“Não posso ser uma dessas pessoas que ficam sentadas falando que pretendem fazer isso e aquilo. Eu vou fazer e pronto. Imaginar o futuro é uma espécie de nostalgia.”
5/5 estrelas

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